quarta-feira, 23 de setembro de 2009

RACIONALISMO X COMPREENSÃO

Racionalismo X Compreensão

Tudo começou com a filosofia grega 400 anos antes de cristo, na era pré-socrática nos vimos o nascimento de homens que andavam de túnica e questionavam tudo que existia a sua volta. Com as poucas respostas que tinham conseguiam fazer deduções para que pudesse ser explicado todo o universo.

A ciência nasce no mesmo tempo que esse racionalismo ocidental. Onde antes existia uma compreensão pura e indiferente nasce uma imensa vontade de aprender e explicar tudo sobre a natureza do mundo e do homem.

Parmênides (c. 530-460 a.C.) implicava com as mudanças da matéria, já que tudo que existe sempre existiu a mudança que ele percebia pelos sentidos não seriam reais. Assim se viu forçado a escolher entre sentido ou razão, e escolheu a razão. Ai nasce o racionalismo, crença na razão como fonte primária de nosso conhecimento do mundo.

Demócrito de Abdera (c. 460 a.C. - 370 a.C.) tentou resolver o dilema da mudança da matéria com a teoria de que tudo seria feito de um mesmo matéria infinitamente pequeno e indivisível. Essa partícula ele chamou de átomo.

Ainda mais curioso que todos os anteriores foi Aristóteles (384 a.C. - 322 a.C.), que acabou por desenvolver a ética, política, física, metafísica, lógica, psicologia, poesia, retórica, zoologia, biologia, história natural. Podemos dizer que ele foi o pai da filosofia ocidental, e portanto o criador original da ciência ocidental.

Enquanto isso os orientais permaneciam estudando o desapego, a contemplação, a não-ação, os fluxos inexoráveis da natureza a qual eles poderiam entrar sem que precisasse questionar sua veracidade. Embora exista várias correntes filosóficas que se distinguem em métodos e práticas, a base de todas elas é bem parecida, tendo como principal características:

O desapego: “aquilo que tu possui acaba por te possuir”, não existe possibilidade de atingir uma consciência pura de si quando você está preocupado com algo externo a você. Qualquer coisa que você coloca como seu será um fruto de sua preocupação, portanto não deve existir um “ter” ou um “meu”, tudo que é necessário já está dentro de nós.

A não-ação: Enquanto temos uma idéia muito forte sobre a necessidade de agir para conseguir uma evolução, o principio da não-ação diz que isso seria uma forma de desperdiçar energia, pois vai de encontro as leis naturais fundamentais. Com uma mente calma percebemos o fluxo natural dos acontecimentos, e em vez de tentar modificar esse curso simplesmente nos jogamos nele para assim agir de acordo com a natureza.

A virtude: A busca pelo entendimento da natureza e de si, partindo do desapego e da não-ação cria a virtude verdadeira do homem sábio. Despindo-se de todos os vícios, defeitos e medos finalmente é possível ter um contato com sua verdadeira essência.

rafael henrique martins
http://www.revistacapitu.com/colunas_rafael4.html

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